ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

1.5.18

VIAJANTES ESTRANGEIROS NO RIO DE JANEIRO: ROSE DE FREYCINET (1817-18, 1820)

Vista do Porto do Rio de Janeiro, prancha II do livro Journal du Voyage Autour du Monde (Diário da Viagem ao Redor do Mundo) de Rose de Freycinet

TEXTO (COM ALGUMAS CORREÇÕES PELO EDITOR DO BLOG) DE LUÍS EDMUNDO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO CORREIO DA MANHÃ EM 1, 15 E 22 DE MARÇO DE 1931 E INCLUÍDO DEPOIS SOB O TÍTULO "DIÁRIO DE ROSE DE FREYCINET" NA OBRA RECORDAÇÕES DO RIO ANTIGO


Rose de Saulces de Freycinet (nome de solteira: Rose-Marie Pinon) nasceu em Saint-Julien-du-Sault, no Yonne (França), em 29 de setembro de 1794.

Casou-se aos 20 anos, em Paris, com Louis-Claude de Saulces de Freycinet, oficial de marinha, membro da Academia, naturalista, o mesmo que, a bordo da corveta Uranie, por aqui passou, antes da Independência, numa expedição científica ao redor do mundo.

Não viria incorporada Rose, à tripulação do navio, que às mulheres, sobretudo às desse tempo, não se concediam tais favores. Em sua residência de Toulon, deveria ficar, portanto, até que a nau-expedicionária, cansada de sulcar todos os grandes oceanos do planeta, de novo regressasse ao Mar Mediterrâneo.

Deveria mas não ficou. Disfarçada em marujo, vamos encontrá-la clandestinamente penetrando o portaló do Uranie, no dia da partida, que foi o de 17 de setembro de 1817, entre diversos homens da equipagem, uma sacola de viagem ao ombro, o coração aos saltos, trêfega, agitada, cautelosa, porém feliz (não sabemos contudo se com o tácito conhecimento ou ignorância do seu jovem marido.)

Larga o veleiro e afastar-se da costa, mas, só no dia imediato é que o comandante acha de reunir o estado-maior da oficialidade, a fim de apresentar a esposa que, segundo ele disse, a bordo penetrou contra a sua vontade. O formoso “grumete”, no seu uniforme, brejeiro e calmo, aparece sorrindo... Que aventura!

Os oficiais de bordo, cheios da mais polida e mais sincera galantaria, beijam-lhe a mão, comovidos:

– Madame...

E, muito naturalmente, rejubilam, agradecendo a lembrança da providência, tal a de lhes ter dado, para viagem tão áspera e tão longa, aquele sorriso e aquela graça de mulher.

E a Uranie, rompendo Gibraltar, aproa para a América.

Ao lado do marido que labuta, Rose pensa em fazer, por sua vez, alguma coisa. E é assim que começa por escrever um Diário, como deveriam ser escritos todos eles – despretensiosamente; registro natural e sincero do que ia aos poucos ocorrendo. Mal pensava ela, entretanto, que, passados cento e poucos anos, quiçá traindo a sua natural vontade, fossem postos em letras de fôrma todos aqueles pensamentos, impressões e palavras que ela escrevia para enviar a uma querida amiga, Madame Carolina de Nanteuil, companheira de infância e que em Toulon residia. [...]

Dir-se-á que o livro é profundamente indiscreto, uma vez que nem todas as verdades se dizem; mas a indiscrição, no caso, não é da pobre Rose que só escrevia para sua amiga de França, sem prever que o mundo haveria de evoluir, apurando a ganância dos editores e a curiosidade mais do que natural de seus leitores. De qualquer forma, entretanto, a obra legada aos nossos dias é coisa muito interessante, sobretudo se, em consideração, levarmos o que ela representa como depoimento franco, sincero e sem embuços.

Como todos os que aportaram à magnificência desta baía azul que é a Guanabara, Rose encantou-se, mal transposta a barra, embriagada de luz na paisagem magnífica.

Chegou pelo escaldante verão de 1817, e foi ancorar no poço, entre Villegaignon e Cobras, anelante e curiosa.

Veio um escaler pressuroso que ela soube, depois, ser da Casa Real, indagar se o navio que chegava era, na realidade, a corveta Uranie, pelo governo francês, com muita antecipação, anunciada. Era...

Subiu, então, um oficial português, a bordo, a fim de dar as boas-vindas e com elas a certeza de um franco acolhimento por parte de S. M. el-Rei Nosso Senhor.

Tendo livre prática a corveta, mandou Freycinet um oficial com a incumbência de visitar o comandante da esquadra lusa ancorada no porto e saber, depois disso, detalhes sobre a cortesia das salvas que deveria dar.

Rose não se detém em minúcias, mas é curioso ver como era confuso, entre nós, no tempo, o protocolo militar. Freycinet não sabia como agir. Muitos, em suas condições, aqui chegados, não salvaram, por ignorância, ou salvavam e não eram correspondidos. Bougainville que aqui chegou em 1766, como Freycinet, mandou perguntar ao vice-rei Conde da Cunha se, salvando, seriam as suas salvas correspondidas. Resposta do Vice-Rei: – Diga ao Comandante que quando uma pessoa encontra, na rua, uma outra, tira-lhe o chapéu, muitas vezes, sem ter a certeza de ser correspondido...

Picou-se Bougainville com a resposta, e, assim posto, resolveu guardar a sua cortesia e a sua pólvora. E não salvou.

Nada de anormal, entretanto, aconteceu por isso. Bougainville e Vice-Rei, dias depois, encontravam-se amistosamente.

Ao lado de Rose, Arago, cronista da expedição, aturdido ante a paisagem maravilhosa que se desdobrava aos seus olhos, escrevia:

“Gênova, a soberba, com todos os seu palácios de mármore e jardins; Nápoles, risonha, com as suas águas límpidas, o seu Vesúvio e as suas vilas; Veneza, a rica, com as suas cúpulas e monumentos; o Bósforo, mesmo, com os seus imensos minaretes — nada oferece ao olhar deslumbrado tão magnífico panorama. Eis o Brasil! terra fecunda, entre as mais fecundas, natureza à parte, natureza privilegiada!”

As ilhas cobertas de verduras emocionavam a francesa que recebia, com volúpia, o látego do sol. Que delícia! A princípio, gostou; porém, depois, achou demasiado o calor. Consolou-se escrevendo:

Faz muito calor na cidade, mas todos os dias, em torno das 11 da manhã, levanta-se, do porto, um vento fresco que nós, marinheiros, chamamos de brisa leve, que torna o calor suportável e conserva o brilho da vegetação.

A sua primeira impressão do país, naturalmente, foi boa, impressão essa que perdurou até o dia da partida, embora, num arzinho de piedade e de injustiça, nesse mesmo dia, tenha deixado escapar estas linhas ao escrever à sua amiga e que, certamente, não teria escrito se pensasse em fazer publicar o seu diário: – “pena que tão lindo país não seja colonizado por uma nação ativa e inteligente.”

Madame de Freycinet, ávida por descer, devorando com os olhos a edênica frescura da paisagem, ficou a bordo, enquanto o marido baixava à terra de onde trouxe boas notícias, entre elas a de haver encontrado a condessa Roquefeille, amiga do casal, emigrada francesa e que vivia no Rio à sombra generosa de el-rei.

Em pouco, porém, vamos encontrar Rose introduzida, por essa mesma condessa, em casa de algumas figuras da sociedade do tempo. [...]



Suplemento do Correio da Manhã de 1/3/1931 com a primeira parte do texto de Luís Edmundo sobre Rose de Freycinet


Rose é recebida em casa do embaixador americano Sumter, com intimidade e prazer. Para que ela veja o paraíso da Tijuca, organiza ele um convescote. Sente-se na organização da folia o dedo amável da brasileira, a mulher de Sumter, que espalha convites entre as senhoras do corpo diplomático.

Partem todos às cinco horas da manhã. Vão as mulheres dentro de um vasto coche puxado por oito mulas, tilintantes de guizos, envernizadas de suor, saltando a galope, sob o chicote sanhudo do sota, cocheiro garboso e chic. Faz-se mister que a francesa veja também as elegâncias da terra... O Rio não é mais aquela pocilga colonial do tempo do Marquês do Lavradio; melhorou, não muito, mas sempre melhorou alguma coisa; já tem foros de Corte, com um rei e o melhor da sua fidalguia, pelo menos a que pôde sair de Portugal, num dia de grande aperto.

Rose sente-se confortada e feliz, atirada ao fundo da sua carruagem, olhando em torno os homens em cabriolés ou a cavalo, de chapéu alto e casaca colorida.

O espetáculo diverte. O carro, aos berros do sota, ao estalar insistente do chicote, pula, rola, avança, precipita-se, vencendo a encosta, sacudido nos seus correões pesados, dançando nas suas molas vindas de Inglaterra. O feminino conteúdo estua, freme, em buquê, transbordando; dá gritinhos e estrídulas risadas que rompem nervosas e altas, em busca dos ecos, na frescura da mata cheirosa e espessa.

Rose extasia-se diante do que vê, embriaga-se no cenário esplêndido, recordando as florestas descritas por Chateaubriand, em Atala, como diz ela mesmo, gozando a vegetação na sua variedade de tons e esplêndida fartura. Que lindo o Rio de Janeiro! Que paisagem! O espetáculo impressiona-a, seriamente, comove-a. A quantidade surpreendente de flores que repontam de quase todos os galhos e os seus perfumes novos e escandalosos, arrancam-na do mundo das realidades. Rose enleva-se, Rose sonha, Rose sente-se, positivamente, no Éden, ouvindo o canto dos pássaros vestidos de plumagens radiosas. [...]

Com um lauto almoço na residência de Sumter, fecha-se a matinée gloriosa.

Madame de Freycinet tendo, largamente, falado, no seu curioso manuscrito, da obra-prima de Deus, a gloriosa Tijuca, achou que deveria falar um pouco da cidade, obra infeliz dos homens, neste canto abandonado da América.

Não descreveu, porém, o desagradável aspecto das nossas ruas estreitas e sujas, nem a tosca aparência do casario pobre, acaçapado, inexpressivo, como linha de arquitetura, execrável, como princípio de higiene ou conforto. Silencia sobre o caso, o que não deixa de ser de uma amabilidade comovedora; mas não pôde, assim mesmo, deixar de falar na sujeira que viu, em outras partes, declarando que a mesma desconcertava sobretudo, “chez les fidalgos (nobles)”.

E a propósito conta o que aqui vai cuidadosamente traduzido, palavra por palavra: “uma dama nobre que acabava de tomar uma criada de quarto francesa, quase a pôs fora de casa só porque esta lhe oferecia um vaso cheio d'água, para lavar as mãos. Encolerizada, disse-lhe a mesma dama que uma pessoa da sua qualidade não tinha nunca necessidade de lavar as mãos, atendendo a que nada de sujo tocava; e que isso de lavar era bom para os criados e povo”. [...]

Fala, a seguir, Rose, da vida de clausura das mulheres cariocas, escravizadas ao ciúme mouro dos maridos, podendo apenas sair para ir à igreja, onde apareciam em “toilettes” de baile...

E, aproveitando o ensejo, descreve uma dessas cerimônias religiosas que ela compara a uma representação de gala num teatro de França. Passa-se a mesma na Capela Real.

“A igreja é forrada de panos de seda, todos eles bordados a ouro, e escandalosamente iluminada”. Os sacerdotes, em roupagens de grande preço, chegam e antes de começar o oremus, voltam-se para a assembleia, “qu’ils devraient plutôt fuir que regarder” [de que deveriam se esquivar em vez de olhar], diz ela, a procurar, com os olhos, as pessoas de suas relações...

Os padres desse tempo – bem diferentes, aliás, dos de hoje – sempre impressionaram mal a todos os estrangeiros que por aqui passaram. [...]

[Na igreja] Rose, de luneta em punho, passa em revistas as senhoras decotadas, vestidas como para um grande sarau.

Acha-as lindas. Naturalmente. Um pouco gordotas, pela falta de exercício, um pouco bisonhas, pela falta de sociabilidade, mas, de qualquer forma, bonitas, mostrando a tez morena e grandes olhos negros.

Em dado momento da cerimônia, conta a francesa que ouviu agradabilíssimas vozes vindas do alto, como um coro do céu. E olhou curiosa a ver se, pelo teto do templo, andavam serafins a cantar. Foi quando alguém, discretamente, murmurou-lhe ao ouvido:

– São os castrati, madame, mandados buscar à Itália pelo Rei. São de primeira ordem! Apenas custam um pouquinho caro...

Rose, justamente indignada, fremiu cheia de pasmo e de surpresa, evocando uma crueldade, diz ela, no seu diário: que je n’avais jamais pu concevoir jusqu’a ce jour [jamais pude conceber até este dia]! [...]

Conheceu Rose de Freycinet o Jardim Botânico. Do livro Recordações do Rio Antigo. [Observe que a pirâmide à esquerda é do Passeio Público, mas o erro é da obra original de Luís Edmundo.]

Conheceu Rose de Freycinet o Jardim Botânico, que ela nos descreve já com as suas alamedas de palmeiras, risonhamente ajardinado, e, com um campo onde chineses autênticos faziam a plantação do chá. Essa novidade interessou particularmente à madame que, assistindo ao trabalho da colheita, quis conhecer, ainda, o processo de beneficiamento por que passava a planta, antes de ir parar no comércio e na xícara.

Assim, pôde ver folhas da famosa teácea colhidas no momento e atiradas sobre um tacho de cobre posto sobre um forno aceso. Aí ficaram elas até esquentar, em fogo brando, o que não levou muito tempo. Vieram, depois, os chineses revolvê-las, levando-as para uma mesa. Aí se esfriavam, enrolando. Isso feito, passavam-nas por uma espécie de peneira, com largos furos e onde se separavam as mesmas em tipos ou qualidades. Processo simples, rápido, acrescenta-nos ela.

Nascera de Dom João a amável lembrança de tentar fazer do Brasil uma espécie de China Americana, exportadora de chá. A terra de tal maneira graciosa não se negou pagar, em excelentes folhas, as magníficas sementes que lhe lançaram. A coisa ia muito bem. Informes da época, insuspeitos e múltiplos, existem mesmo declarando que esse chá era capaz de satisfazer ao mais exigente dos paladares; contudo, se era a terra fecunda e amiga, fraca foi a perseverança dos experimentadores. Em pouco desapareciam do jardim os homens amarelos que mandamos buscar à Mongólia ou ao Hoango-Ho, com os seus calções tufados do Oriente, chapéus rasos, de palha, rabicho e, com eles, o chá.

Madame de Freycinet passou no Rio o apogeu do verão, com todos os seus incômodos e violentos aguaceiros. A 24 de janeiro vai ela fazer uma visita a madame de Roquefeille, e, logo ao desembarcar, como na famosa tarde em que jantou em casa do seu cônsul, vê que escurece, que cruzam rútilas faíscas pelo céu, ouvindo o trovão desencadeado, que rola em fúria, atordoando, aterrando, infundindo pavor. Não há um carro, uma cadeirinha, uma serpentina, uma liteira, nem mesmo uma porta amiga por onde ela, o marido e o capelão, todos descidos de bordo, possam se enfiar, fugindo ao grande temporal que desaba. Em pouco abre-se o céu e o aguaceiro, em cordas, precipita-se sobre eles. Não dura muito tempo a tormenta mas a cidade transforma-se num verdadeiro lago. Comenta ela, então, a maneira precária por que se fazia, aqui, o escoamento das águas que tornavam, sempre que chovia, as ruas e as praças do Rio de Janeiro perfeitamente intransitáveis.

Descrevendo a lamentável ocorrência, fala madame nos negros que sempre apareciam, no momento, substituindo os veículos de praça e que tomavam sobre as costas os que não desejavam caminhar com água pelas pernas.

A Rose, porém, não agradara o singular transporte. Razões que no fundo se explicam por uma delicadeza de pituitária pouco afeita ao que se chamou, no tempo, “cheiro de natureza”, e que outro não era senão esse odor pouco amável que escapa das axilas do pardo ou do negro africano.

Um padre que os acompanhava, porém, preferindo, ao que parece, o sacrifício do nariz ao das gâmbias [pernas], talvez reumáticas, acabou enforquilhado no pescoço de um negro. Foi um número divertido, muito principalmente quando sabemos que, não se estabelecendo um natural equilíbrio entre montador e montada, quase rolam os dois no lençol do aguaceiro.

Felizmente, madame de Roquefeille, inquieta pela sorte dos convivas que esperava, recebeu-os com ternura, dando-lhes, com novas roupas, um jantar magnífico que Rose não descreve mas que adivinhamos, composto daqueles numerosíssimos e copiosíssimos pratos que se distribuíam por três ou quatro cobertas, da velha mesa carioca, obrigados a talhados de laranja e pimenta.

Era esse o jantar de despedida. A simpática diarista interrompia, no seu álbum, a parte dedicada ao Rio de Janeiro. Interrompia-o, apenas.

Deixando esta cidade, em 1818, Rose de Freycinet a ela voltava pelo mês de junho de 1820.

APÊNDICE:

Depois que publiquei esta postagem, o historiador Milton Teixeira enviou por e-mail esta observação interessante: "Ela foi a primeira e única a descrever o primeiro e também único banho de D. João VI, na praia do Caju em 1817". Fui conferir o diário da Rose e de fato lá encontrei (e traduzi ao português):

Uma das pessoas mais poderosas do reino foi acometida por uma doença grave na perna. Vários médicos portugueses, após esgotarem seus conhecimentos sem produzir nenhum efeito, foram substituídos por um clérigo francês que se metia um pouco em medicina e sobretudo em curar feridas. Ele convenceu a pessoa ilustre a lavar sua perna. Foi difícil decidir, pois esse remédio parecia incomum. Ele conseguiu e, por uma ninharia para fechar a ferida, a doença desapareceu em poucos dias. Mas uma vez curada, ele parou de lavar a perna e a doença reapareceu. O monge foi então chamado de volta. Ele recomendou o mesmo remédio, que pareceu tão desagradável que o médico foi dispensado com seus remédios peculiares. E durante nossa estadia no Rio, essa personagem importante não podia ainda sair, imobilizada pela mesma doença na perna.

Rose não cita nominalmente D. João, referindo-se a "une des personnes des plus puissantes du royaume", "uma das pessoas mais poderosas do reino", mas pela história pode ter sido ele mesmo!!! 

2 comentários:

G J Sa Barros disse...

Entrei no Blog sugerido e achei interessante. Uma ponderação mais de justificada. A gravura que copiei e posto aqui está ilustrando a matéria com a seguinte legenda (aspas) "Conheceu Rose de Freycinet o Jardim Botânico. Do livro Recordações do Rio Antigo". - A pirâmide que está desenhada à esquerda demonstra que o local é Passeio Público (na atual Cinelândia) e não o Jardim Botânico. (enviado por e-mail e inserido aqui pelo editor do blog)

Ivo Korytowski disse...

Você fez uma boa observação, mas a falha não é minha, é do livro original do Luís Edmundo, do qual tenho uma edição fac-símile!