ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

12.4.12

MORROS DA ZONA PORTUÁRIA


A abertura da Av. Presidente Vargas nos anos 40 (seguindo o traçado do antigo Caminho do Aterrado e das tradicionais ruas do Sabão e de São Pedro) dividiu o Centro carioca em dois "pedaços": no "lado de cá" da avenida ficou o centro de negócios da cidade e no "lado de lá" o centro portuário. Com a mecanização da atividade portuária possibilitada pelo advento dos contêineres, a chamada Zona Portuária entrou em processo de decadência, do qual só em anos recentes começou a sair com a construção da Cidade do Samba em plena Gamboa e agora, em vista da Copa e Olimpíadas, o Projeto Porto Maravilha. Como é típico de muitas áreas do Rio, uma série de morros (a maioria pouco conhecida ou desconhecida pelos cariocas) pontilham essa região: Morro de São Bento (1 no mapa acima), Morro da Conceição (2), Morro do Livramento (3), Morro da Providência (4), Morro da Saúde (5), Morro da Gamboa (6), Morro do Pinto (7) e Morro de São Diogo (8). 

Se você olhar um mapa antigo, como o abaixo (escaneado do livro História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo, de 1987, da João Fortes Engenharia), que mostra a Zona Portuária no início do séc. XIX, verá que esses morros ficavam perto do mar. O litoral recortado, com enseadas, ilhas, trapiches e ancoradouros, foi empurrado mais à frente e retificado através de aterros para a construção do Porto Moderno na época de Pereira Passos. Destarte, marcos como o Cemitério dos Ingleses, Igreja de São Francisco da Prainha e Igreja de Santo Cristo (por onde você às vezes passa de carro quando pega a via elevada que dá acesso ao Túnel Santa Bárbara), que ficavam à beira-mar, agora nem maresia recebem. As próprias ilhas do Cães e das Moças (ver mapa) foram vítimas da sanha aterradora. Os morros da Zona Portuária, devido ao relativo isolamento em que permaneceram, ainda guardam muito do espírito e aspecto do Rio Antigo. Vamos fazer um passeio por eles?


MORRO DE SÃO BENTO (1 no mapa)

O mosteiro de São Bento em gravura de 1837 de João D. Sturz, escaneada de História dos Bairros: Zona Portuária da João Fortes Engenharia. Observe as pontas das duas torres da igreja atrás do mosteiro, à esquerda. O mosteiro foi durante três séculos um marco na paisagem da cidade. 

O Morro de São Bento é um dos 4 morros (os outros 3 são o Morro da Conceição, o Morro do Castelo demolido nos anos 20 e o Morro de Santo Antônio) que delimitavam a zona urbana do Rio nos tempos coloniais. Já no final do século XVI ali se instalaram os monges beneditinos, que construíram no século XVII seu convento e a Igreja de N. S. de Montserrat, joias da arte barroca. O conjunto foi considerado Monumento Mundial pela UNESCO. O acesso se dá pela Rua Dom Gerardo, 68 (a 200 metros do edifício pós-moderno Rio Branco 1), onde um elevador conduz ao alto do morro  mas um pouco antes existe uma ladeira que você pode subir de carro ou a pé. As missas em canto gregoriano nas manhãs de domingo (e as Vésperas ao cair da tarde) são o que mais se aproxima neste mundo sublunar de uma experiência celestial. Para ler um texto sobre o mosteiro do escritor memorialista Antonio Carlos Villaça, que chegou a se ordenar monge mas depois se arrependeu, clique em Antonio Carlos Villaça no menu à direita .

Igreja de Nossa Senhora de Monstserrat, anexa ao mosteiro. Construção: 1633-1642. Fachada maneirista sóbria, na linha monástica tradicional, contrastando com o interior barroco exuberante em talha dourada. 

Interior da igreja: explosão barroca.

Vista do Morro de São Bento.

MORRO DA CONCEIÇÃO (2)

Contrastes arquitetônicos: Vista da Ladeira do João Homem.


O Morro da Conceição, um oásis de tranquilidade em meio à agitação do Centro da Cidade, guarda tesouros do Rio Antigo como a Fortaleza da Conceição, concluída em 1718 para defender melhor a cidade depois que os fortes na entrada da baía se mostraram insuficientes para defender a cidade (vítima de dois ataques franceses sucessivos, em 1710 e 1711), e o antigo Palácio Episcopal (ou seja, do bispo) do início do século XVIII, onde hoje funciona o Serviço Geográfico do Exército. Pouca gente sabe, mas lá fica também o Observatório do Valongo. O morro abriga ainda uma série de ateliês, que no fim de semana de dezembro mais perto do dia de Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro), abrem as portas ao público no Projeto Mauá.  Uma oportunidade de ouro de conhecer esse simpático recanto carioca. Ao pé do morro ficam a Igreja de São Francisco da Prainha e a Pedra do Sal, um dos berços do samba. Para ver as várias postagens deste blog sobre o Morro da Conceição (além desta) clique em Morro da Conceição no menu da barra direita do blog.

Janela.

Escadinhas.

Villa Guilhermina: Ateliê do artista Claudio Aun.

Sacolé: observe os belos azulejos esmaltados policromos em dois padrões.

Coqueiro sobre o casarão.

Pedra do Sal.

Obras do Porto Maravilha: Mirante. 

MORRO DO LIVRAMENTO (3)


Igreja de Nossa Senhora do Livramento.


No Morro do Livramento nasceu Machado de Assis. Sua mãe era agregada na chácara da viúva do senador Bento Barroso Pereira, que ocupava boa parte do morro. Mas durante as comemorações do centenário da morte de nosso maior escritor, o morro ficou em brancas nuvens, ninguém (a não ser este blogueiro) se lembrou de subir lá em sua homenagem. Ainda se veem no alto do morro, pertinho da torre da Embratel, ruínas de um casarão que devia fazer parte da sede da Chácara do Barroso (ver foto na postagem Morro do Livramento deste blog). Somente no final do século XIX as chácaras começaram a ser desmembradas e loteadas, dando início à ocupação mais densa do morro. Quem aprecia casas do início do século XX encontrará no morro um excelente local de garimpo. A escadaria que dá acesso ao morro a partir da Rua Alexandre Mackenzie (antiga Rua do Costa, onde decorre o Conto de Escola de Machado) é tombada pela Prefeitura (foto abaixo). Para ver também a outra postagem deste blog sobre o morro clique em Morro do Livramento no menu da direita.

Escadaria tombada pela Prefeitura.

Menino no Morro do Livramento. Também Machado foi menino ali.

Vista do Centro.

Singela casinha.

Antigo cortiço do final do século XIX, uma "avenida" como se dizia na época.

Beco com calçamento de pé-de-moleque.

Chalezinho de curva.

Sombras nos degraus.

Panorama da Praça Américo Brum, ao pé do Morro da Providência.

MORRO DA PROVIDÊNCIA (4)


Morro da Providência com o Oratório no alto.




Se você olhar no Google Earth verá que o Morro da Providência é uma parte mais alta (chegando a uns 90 metros) na extremidade oeste do Morro do Livramento (ou seja, não é um morro separado). Suas duas grandes antigas pedreiras, cujas bases servem de garagem de ônibus, são claramente visíveis na imagem abaixo do Google Earth.




No Morro da Providência encontra-se a mais antiga favela do Rio, criada por soldados retornados de Canudos, que ali construíram moradias precárias enquanto aguardavam que o Ministério da Guerra, ali perto, fornecesse alojamentos apropriados, o que nunca aconteceu. Favela ou faveleiro é o nome de um arbusto grande da família das euforbiáceas. Um dos morros da região de Canudos, com grande quantidade dessa planta, chamava-se Morro da Favela, nome pelo qual foi chamado o Providência por algum tempo. A designação “favela” depois se estendeu a outras comunidades. No alto do morro ergue-se o Oratório do Morro da Providência, tombado em 1986 pelo Município, construído em 1901 pelas mulheres dos soldados. Ali entronizaram a imagem do Cristo, de devoção de Antônio Conselheiro, trazida do interior da Bahia.


O morro recentemente foi pacificado e já se pode subir lá com certa segurança (entrando no Conjunto Habitacional dos Marítimos, na Rua da América, e seguindo “sempre em frente”, você acaba atingindo uma escadaria que dá acesso direto ao oratório — dá para ver no Google Maps). Grandes obras no contexto do Projeto Porto Maravilha, como o teleférico e plano inclinado, poderão transformar o morro em uma atração turística.

"Ai, barracão, pendurado no morro, e pedindo socorro à cidade aos seus pés."

Oratório do início do século XX.

Oratório num desenho de 1938 de J. Sarmento para a Revista da Semana. Imagem escaneada da História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo, da João Fortes Engenharia.

Igreja de Nossa Senhora da Penha.

Central do Brasil, Pão de Açúcar e prédios do Centro vistos do alto do Morro da Providência.

Escadaria entre a Providência e o Livramento.

Arte popular.

MORRO DA SAÚDE (5)


Morro da Saúde. Ao centro a Igreja de N. S. da Saúde e à esquerda um dos prédios de um condomínio que existe no alto da Ladeira da Saúde.


O Morro da Saúde é um morrote pouco conhecido perto do Moinho Fluminense e da antiga Praça da Harmonia (atual Praça Cel. Assunção) mas que guarda uma relíquia: a Igreja de Nossa Senhora da Saúde. Outrora à beira-mar, agora entre o monte e o Cais do Porto interpõe-se o mostrengo Perimetral. “Com os aterros, perdeu o mar, a vista, e ficou cercada de armazéns imundos e nuvens de monóxido de carbono.” (Alexei Bueno, Gamboa). A singela igrejinha já chegou a estar em petição de miséria, mas depois de um primoroso trabalho de restauração recuperou seu encanto. Construída em estilo barroco jesuítico em meados do século XVIII, sofreu uma reforma em 1898. Diz Alexei: “Com frontão e sineira barrocos, fachada algo alterada por uma janela oitocentista em arco pleno sobre o portal de granito, possui nave única e um interior de grande elegância.” A entrada se dá pela Rua Silvino Montenegro.

Entrada para a igreja na Rua Silvino Montenegro.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde.

Interior da igreja.

Azulejos portugueses.

Torre vista por detrás.

Vista do adro da igreja.

Ladeira da Saúde. Observe um pedacinho da Povidência no centro-esquerda.


MORRO DA GAMBOA (6)


Morro da Gamboa visto da Rua da Gamboa, ao lado da Cidade do Samba.


O Morro da Gamboa fica juntinho da Cidade do Samba, à esquerda (oeste), sendo visível de lá. Depois que o herdeiro da chácara do Comendador Machado Coelho lá existente a alugou para uma das primeiras casas de saúde do Rio, em 1841, o morro nunca mais deixou de abrigar instituições de saúde. Ali a Santa Casa instalou em 1853 uma enfermaria para portadores de doenças infecciosas, entre elas febre amarela e cólera, e desde 1871 lá funciona o Hospital de Nossa Senhora da Saúde, popularmente conhecido como Hospital da Gamboa. O hospital e sua capela, de Nossa Senhora das Graças, do final do século XIX, em estilo neogótico inglês, são tombados pelo Município.


Antigo portão.
Acesso ao hospital.

N. S. da Saúde e atrás, sucessivamente: Perimetral, Cais do Porto, Ponte Rio-Niteroi.

Capela de Santo Cristo dos Milagres de 1890 em estilo neogótico.

MORRO DO PINTO (7)


Igreja de Nossa Senhora de Montserrat no Morro do Pinto.


Quem passa pela Avenida Presidente Vargas vê, na altura da Cidade Nova (quem sobe para a Praça da Bandeira vê à direita, quem vem de lá vê à esquerda), uma igrejinha numa colina cercada de casinhas: a Igreja de N.S. de Montserrat, no Morro do Pinto. O morro, que já se chamou Morro do Nheco e Morro Paulo Caieiro (ou Cairô como consta de alguns mapas) deve seu nome ao comerciante Antônio Pinto Ferreira Morado, antigo proprietário de terras ali e nas proximidades (segundo Brasil Gerson). Nas ruas de paralelepípedos do morro você respira um ar tranquilo, de cidade do interior (como mostram as fotos). Somente a partir de 1874, com a abertura da Rua do Pinto (primeira foto abaixo) que levava ao alto do morro, começou sua ocupação efetiva. Em 2009 o editor deste blog fez uma visita ao morro acompanhado da poetisa Conceição Albuquerque, que foi criada no morro mas depois de adulta não voltara mais lá. Para ver a postagem resultante (além desta) clique em Morro do Pinto no menu à direita.

Rua do Pinto.

Chalé.

Escadaria (observe as senhoras sentadas à porta de casa como em cidade do interior).

Prédios e casas morro acima.

Vista da antiga fábrica da Bhering (onde está a chaminé).

Travessa Souza.

"Cidadezinha do interior" em pleno Rio.

Morro abaixo.

MORRO DE SÃO DIOGO (8)


Pedreira de São Diogo e Favela Moreira Pinto.


O Morro de São Diogo é uma ponta do Morro do Pinto, do qual é separado pela Rua Moreira Pinto. Abriga a favelinha de mesmo nome (Moreira Pinto) e teve sua ponta corroída pela antiga Pedreira de São Diogo, até hoje visível das Avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas. Nos tempos de antanho “quebrar pedra em São Diogo” era sinônimo de “dar duro” como mostra velho samba de breque do Moreira da Silva de 1942 que você pode ouvir no YouTube. O nome se deve ao alferes Diogo de Pina que erigiu uma capela em louvou do santo nesse morro. O alferes se celebrizou por enfrentar os invasores franceses comandados por Duguay Trouin e deu nome também aos antigos Mangal de São Diogo e Saco do Alferes. O quinto episódio de Cinco Vezes Favela de 1962, dirigido por Leon Hirszman, chama-se Pedreira de São Diogo, embora fosse filmado na Pedreira da Providência.


A pedreira vista do Morro do Pinto.

A pedreira vista da passarela em frente à Leopoldina.  A chaminé é da antiga fábrica de açúcar que existiu no local. 

21 comentários:

Roger de Sena disse...

Extraordinária publicação, IVO!
Despertou minha vontade de caminhar por essas ladeiras e ruelas!
É lindo demais o meu Rio!
Parabéns! Ótimas fotos!

Chico Catumby disse...

Você fotografa hoje um passado desconhecido. Adorei as fotos dos "Morros da Zona Portuária", um Rio que nunca imaginei existir. (enviado por e-mail)

Marisa disse...

Ao contrário da paisagem do Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul é pura planície. Encantadoras as fotos! (enviado por e-mail)

Erik disse...

Devido ao fato de estar trabalhando numa empresa norueguesa de materiais para navios, passei muito tempo trabalhando por ali. No bairro do Santo Cristo, a duas quadras do cais. Realmente, algumas coisas por ali parecem estar lá desde os tempos do governo de D. Pedro II.
As fotos ficaram ótimas. (enviado por e-mail)

Susana disse...

Adoro seu blog.
Trabalhei alguns anos no Jornal do Commércio (O Cruzeiro, O Jornal) e voltávamos de madrugada a pé para a Central, passando pelo túnel. 1970-74.
Lembro que ali perto tinha a fábrica que fazia o mocotó Colombo. O cheiro era forte. Nao lembro o nome da rua.
O prédio do Cruzeiro ainda existe?
Sua fotos me trazem lembranças daqueles bairros.
As ruas atrás do Min da Guerra também são de encher a vista e fazer a imaginação voar. (enviado por e-mail)

Ivo Korytowski disse...

Susana, o prédio da antiga revista Cruzeiro, projetado por Oscar Niemeyer em 1949, ainda existe e desde 1998 está tombado pelo Município.

Encontrei na Internet esta notícia sobre a fábrica de geleia de mocotó que você citou: "A Unilever do Brasil S/A, fabricante de produtos como Omo, Karo, Kibon, Arisco, Dove, Hellmans, Lux, Minerva, Cofort, enfim... que se diz proprietária de um prédio localizado na Rua da Gamboa 111 - onde funcionava a fábrica da Geléia de Mocotó Colombo, da centenária confeitaria Colombo - abandonado por mais de 20 anos, entrou com processo de reintegração de posse contra os sem-teto da Ocupação Machado de Assis, que se encontra no local há mais de 3 meses. O prédio e mais um conglomerado de terrenos contíguos a ele, localizado na região portuária do Rio de Janeiro, atualmente muito cobiçada pelos intentesses especulativos imobiliários, encontrava-se em estado de degradação característico do descaso especulativo e agora abriga mais de 60 famílias, que contam com apoio de várias instituições para desenvolvimento de um plano de recuperação estrutural e arquitetural do prédio para que possam desfrutar do direito constitucional de uma moradia digna, sem contar com os projetos culturais que objetivam a autosustentabilidade da Ocupação Machado de Assis."

Nelly disse...

Ivo, fiquei encantada, uma paixão... [...] Li tudo, e fiquei com pena de ter acabado [...] Seu blog esta um show. (enviado por e-mail)

Marcelo disse...

Muito especial a maneira como é tirada as fotos. Gostei muito. Saber que a abertura da Presidente Vargas separou o Centro Comercial e os morros próximos a Portuária e muito interessante para mim que adoro o Rio Antigo. Valeu Ivo. Estou no Labirinto Brasil. Abraços!!!

Rafael Soares disse...

Muito legal!
Já andei por alguns desses lugares, mas não tantos como você!

Anônimo disse...

correção a Capela de mont´serrat e não igreja faz parte da paroquia de Santo Cristo dos Milagres no largo do santo cristo

Unknown disse...

Fantástico o trabalho. Vi fotos das igrejas da região no site do Porto Maravilha e encontre este seu blog justamente querendo visitar estes lugares. Pergunta: é tranquilo e seguro para transitar por estes lugares carregando câmera e junto com crianças? Tenho feito estes passeios com meus filhos e, até agora, tem dado certo.

Ivo Korytowski disse...

Caro Unknown, em princípio a Zona Portuária é tranquila desde que você não ostente celular de última geração, cordão de ouro, uma câmera sofisticadíssima, essas coisas que atraem os amigos do alheio. O ideal é ir em dia útil quando o comércio está aberto.

Unknown disse...

Muito bom o site! Trabalho ai perto, no RB1, e sinto muita vontade de conhecer mais estes morros. A sensação de insegurança dificulta um pouco... Com o Porto Maravilha, a prefeitura deveria fazer tours por todas essas áreas! Abraço

Unknown disse...

Muito interessante

Unknown disse...

Amigo, parabéns pela riqueza dos detalhes...
Vim ao mundo por trás desses morros e tenho orgulho de ser carioca ( da zona portuária )
Meu lugarzinho !!! Tão sofrido mas tão rico de alegria mesmo com toda a tristeza que hoje em dia passa devido a operações policiais.
Parabéns cara...
Adorei a fotos e as informações que você nos trouxe aqui...
Obrigada e sucesso.

Fred Oliveira disse...

Parabéns pelo trabalho, Ivo! Maravilhoso. Uma observação: O Morro de São Diogo, apêndice do Morro do Pinto, separa do pela rua Moreira Pinto, como você bem disse, é chamado pelos moradores do Santo Cristo, do Morro do Pinto e adjacências de "Kingong" (ou "Quigong"). Morei mais de vinte anos no Morro do Pinto mas confesso não saber a origem dessa denominação. Grande abraço.

PAULO LACERDA disse...

Minha família, os Lacerdas, morou no Beco ds Escadinhas d´Oliveira nº 39, desde 1931/1932 até 1954 ou mais. Quando lá chegamos, eu tinha 3 para 4 anos de idade, de sorte que passei minha infância e juventude no acolhedor Morro do Pinto. Aos 7 anos ingressei na Escola General Mitre, onde cursei e concluí o chamado Curso Primário e, por ser, dentre os pretensos candidatos selecionados pela Diretora, a saudosa D. Sara, o que melhor "operava" a picareta para abrir sulcos na terra do pátio inferior da Escola, para preparar canteiros destinados à produção de vegetais e hortaliças --- iniciativa da Escola nos primórdios da entrada do Brasil na Segunda Grande Guerra ---, fui nomeado Presidente da Horta da Vitória. Joguei bola no campinho da Rua Farnese, no campo do Mavilis e Del Mare, creio serem esses os nomes, lá no Santo Cristo. Rodei pião na Rua Farnese, joguei botão na calçada dessa mesma rua, bola de gude, pica-pau, cantei serestas junto com os amigos Chiquinho Chapeta, Sebastião Barbosa, acompanhados pelo genial Caetano, um pescador paraibano exímio tocador de cavaquinho, morador da Rua Farnese, segui blocos carnavalescos organizados pelo Sr. Alvaro, um Anspensada da Polícia Militar, também morador da Rua Farnese, pai dos colegas Tião e Armando, namorei muitas garotas, colegas da Escola e amigas de minhas irmãs, tomava refresco de groselha no armazém do Seu Alfredo e comprava picolés de côco e de pistache no armazém do Seu João, meus amigos, cujo paradeiro desconheço, embora os tenha por vezes procurado pela internet, foram o Chiquinho, Sebastão, Jorge de Oliveira, o Matão, o Valdir e Ary, irmãos do Matão, O Biliga, Brasil, Áureo e Alaíde, filhos da D. Maria Preta, o Mário e o Alcides, os filhos da D, Palmira, Carlos, Lando, João e Nilo, o Didi e Doca, Dinarte, Duarte, as belezas do bairro, Neca, Nóia, Neide, Nicéa e Nelsa, Maria, Linda, Iolanda, Aída, Celina, Nazareth, além de outras cujos nomes não mais recordo. Enfim, toda essa lembrança me voltou ao ler e apreciar essa notável Crònica da não menos consagrada Poetisa Conceição Albuquerque, a quem parabenizo pela obra, assim como ao jovial Ivo pela excelência da iniciativa.Sou Paulo Lacerda, na época, o Paulinho do Beco das Escadinhas. Espero, de resto, ser identificado e procurado por quem, daquela época, lembrar de mim. Moro em Copacabana; paulolacerda1@gmail.com

Unknown disse...

Ver como ter um pedaço de nós em cada canto de beco e vielas me deixa encantada! Como amo esse chão de onde nasci, cresci e me criei!

Unknown disse...

Parabéns por esse trabalho lindo!Mostrando a Maravilha da onde nasci,cresci e me criei a cada cantos de becos e vielas vejo um pedaço da minha infância,da minha juventude e agora de uma mulher que tenho orgulho de dizer eu Rose Avelar!!

Unknown disse...

Parabéns por esse trabalho lindo mostrando a Maravilha da onde nasci cresci e me criei.A cada canto de becos e vielas vejo um pedaço da minha infância da juventude e agora uma mulher,Que têm orgulho de dizer:EU ROSINEIA AVELAR DE SOUZA DE CARVALHO SIQUEIRA.

vicveras disse...

A história da chegada de parte da minha família lusitana, vinda para o Rio na segunda metade do Século XVIII, se iniciou nos bairros da Gamboa e Saúde. Cheguei a morar, durante os anos 60 - parte da minha infância - na Rua Conselheiro Zacharias, por detrás da Praça da Harmonia (onde o Club de Regatas Vasco da Gama foi fundado). Era um imenso sobrado erguido em 1888, que foi lar e parte da história de meus tataravós, bisavós, avós, pais, tios e primos. Era um lugar mágico e que veio a ser demolido em 1968.
A Saúde/Gamboa, outrora repleto de moradias no estilo colonial português também era uma região de belos prédios e que alguns ainda existem, como: Quartel 5º Batalhão da PM do RJ, O Talma, Moinho Inglês, Moinho Fluminense, o prédio projetado por Oscar Niemeyer "O Cruzeiro", Hospital dos Servidores e outros mais. O lado bucólico me remete às festas juninas, com toda a vizinhança participando, crianças jogando bola, brincando de carniça, queimado, pique esconde, pique bandeira, pulando corda e meninos descendo ladeira de paralelepípedos em tábuas de madeira, lambuzadas de gordura de sebo animal e fornecidas pelo açougueiro camarada, o que hoje não acontece mais. Salve a histórica e memorável Zona Portuária do Rio !