ENSEADA DE BOTAFOGO

ENSEADA DE BOTAFOGO
"Andar pelo Rio, seja com chuva ou sol abrasador, é sempre um prazer. Observar os recantos quase que escondidos é uma experiência indescritível, principalmente se tratando de uma grande cidade. Conheço várias do Brasil, mas nenhuma tem tanta beleza e tantos segredos a se revelarem a cada esquina com tanta história pra contar através da poesia das ruas!" (Charles Stone)

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA

VISTA DO TERRAÇO ITÁLIA
São Paulo, até 1910 era uma província tocada a burros. Os barões do café tinham seus casarões e o resto era pouco mais que uma grande vila. Em pouco mais de 100 anos passou a ser a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo. É pouco tempo. O século XX, para São Paulo, foi o mais veloz e o mais audaz.” (Jane Darckê Avelar)

14.1.10

RIO VISTO DO ALTO III


Bem no início de seu livro Centro (coleção Cantos do Rio da Editora Relume-Dumará), Antônio Torres descreve a vista deslumbrante do alto do edifício Conde Pereira Carneiro (Av. Rio Branco, 110 — 133 metros, 43 andares). Nunca subi ao alto desse prédio, nem sei se me deixariam entrar. Mas outro dia tive a oportunidade de subir ao vigésimo-sétimo andar de um prédio também alto e que não fica muito distante: o antigo prédio do Banerj, na Rua da Ajuda, com 115 metros e 34 andares, hoje ocupado por órgãos do governo do estado. Compartilho com vocês as fotos tiradas pelas janelas e trecho do livro do Antônio Torres.

Esplanada do Castelo (primeiro plano) e Baía da Guanabara. Observe (da esquerda para a direita) a ponte Rio-Niterói, Ilha das Cobras, Ilha Fiscal, um catamarã vindo de Niterói e o Albamar.

Edifício Cândido Mendes (o prédio grandão e pretão, com 154m), Igreja de N.S. do Carmo (à esquerda do prédio grandão, só se veem as duas torres) e a Ilha das Cobras atrás. No fundo dá para ver a Serra do Mar.

Trecho do livro Centro de Antônio Torres:

É aqui, da sacada do último andar, que o personagem desta história vai dar uma olhada na cidade, antes de partir para a sua caminhada até o Santos Dumont. O panorama visto de cima é apavorantemente fascinante. Entrecortado por arranha-céus tentaculares — entre os quais se destaca o megalômano Centro Cândido Mendes — , ao primeiro olhar já dá uma boa medida dos embates travados entre a construção civil e a natureza, desde que a cidade, fundada por Estácio de Sá no sopé do Pão de Açúcar no dia 1o de março de 1565, foi transferida por seu tio Mem de Sá para o morro do Castelo, em 1567. Tudo começa aí. E com 200 habitantes urbanos. Nas batalhas pela sua posse e ocupação, nem só os donos da terra — tamoios, tupinambás e tupiniquins — foram varridos do mapa. Mas também morros, lagoas, charcos, mangais, pântanos e pedaços do mar.

Cá estamos: com a respiração em suspenso e uma incontrolável tremedeira nas pernas. A contemplar, sobre telhados de amianto e antenas parabólicas, uma paisagem paradisíaca. A baía de todos os tráficos, porta de entrada de piratas, corsários, mercadores de escravos e tudo o mais que possamos imaginar. Barcos partindo e chegando, aviões descendo, carros passando sobre a maior ponte urbana do mundo. Aqui de cima há muito o que se mirar.

Praça Melvin Jones.

Avenida Rio Branco (só o traçado, a avenida propriamente dita não se vê).

Largo da Carioca, Convento e Igreja de Santo Antônio, Igreja de São Francisco da Penitência, Rua da Carioca (com a Praça Tiradentes no final) e Edifício De Paoli (à direita).

Está vendo a torre da Central do Brasil? À direita o edifício De Paoli.

Observe o aeroporto Santos Dumont.

Selva de Pedra (fotos do editor do blog; para ver outras postagens semelhantes, clique no label "Rio visto do alto" abaixo).

Um comentário:

Beco do Gato disse...

Oi meu caro amigo escritor, digo, fotógrafo.
Bem interessante essas fotos. Você está de parabéns.
Irany